GCR E A SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS


Uma escola tradicional de segundo grau, que aplica um ensino rígido como na academia militar e adota uma concepção didática racionalizada com prospecção para formação superior.

No início do filme, uma solenidade de abertura do ano letivo, onde os alunos adentram o auditório com trajes formais exibindo os brasões, a farda e o comportamento sisudo exigido pela escola. Na platéia, os pais e funcionários acompanham o hino exaltando a herança histórica e os legados da colonização. 

O discurso formal do diretor Nolan(Norman Lioyd), enfatizando os cem anos da escola e o orgulho estribado nos quatro pilares, que ainda garantiam o sucesso daquela instituição: Tradição; Honra; Disciplina; Excelência. 

A menção desses princípios empolga muito os pais de alunos no auditório, pois sabem que ali as chances são bem maiores de seus filhos ingressarem em curso superior e a garantia de um futuro promissor.
A apresentação do novo professor John Keating (Robin Willins) que já fora aluno dessa escola.

Na sua primeira aula, o professor Keating inicia a leitura com uma frase de um poema de Walt Whitman a respeito de Abraham Lincoln : “Meu Capitão, Meu Capitão”, o que se pode entender teria chamado assim também seu mestre que o inspirou. 

Pede aos alunos que leiam o primeiro verso do poema “Às virgens para aproveitar o tempo” da página 542 do livro de hinos:
“Pegue seus botões de rosas enquanto podem…
”. O professor explica que o termo em latim para esse termo é Carpe Diem – Aproveite o dia. Viver cada dia intensamente como se fosse o último.

Na aula seguinte, solicita a leitura da introdução do livro: “Entendendo a Poesia”.

O texto diz que a poesia pode ser demonstrada com gráfico matemático, não parece ser aplicação da interdisciplinaridade, mas apenas um método antiquado de olhar a poesia. Keating pede que arranquem essa e outras páginas semelhantes. 

Diz ele: “Poesia é para ser vivida e não calculada”. Que não pensem como são mandados, mas pensem por si mesmos. Com certa dificuldade consegue convencê-los. O professor sobe na mesa, pede aos alunos que subam também e vejam de forma diferente. 

Ver de outro ângulo,por si mesmos e não apenas como são induzidos.
O professor Keating é do tipo que entra na sala assoviando; Descontrai os alunos; Leva-os para aulas ao ar livre; Pede que façam poesias espontâneas; Incute neles o desejo de viver cada momento intensamente. Adota um estilo divergente da escola tradicional. Leva os alunos a uma nova forma de ver as coisas.

Os alunos começam a tomar gosto pela literatura e a perceberem a sensação de viver a poesia. Sentem o ambiente, que aliás é propício para aulas ao ar livre. O ambiente evoca a tradição inglesa: Árvores altas, extensos jardins, a exuberância da natureza,espaços bem definidos. Os alunos se sentem à vontade com o professor Keating, deixam fluir suas inspirações. As aulas começam a produzir efeitos.

Neil Perry (Robert Sean) um dos alunos, descobre o anuário do professor Keating e o questiona sobre o que seria a Sociedade dos Poetas Mortos, da qual ele fazia parte. O professor hesita, mas fala dos hábitos e do local secreto onde costumavam se reunir para ler poesia. Isso foi o bastante para aguçar a curiosidade no grupo, que nas horas de folga com facilidade conseguiam chegar até a caverna onde principiaram suas primeiras leituras ainda tímidas.Tomaram gosto e as idas até lá viraram o hobby preferido deles, às vezes até as garotas também participavam.

Essa nova sensação despertou em Neil o gosto pela dramatização e resolveu se inscrever para uma peça de teatro, onde concorreu e conseguiu o papel principal. Empolgado contou aos colegas, mas não conseguiu o apoio do pai. Ficou muito triste. Pediu a opinião do professor Keating, que o aconselhou a ser aberto com seu pai. Neil não tem liberdade para se expressar. Seu pai, é um linha dura, que não abre mão dos seus princípios e lhe nega o consentimento. Neil forja uma autorização da escola com assinatura falsa do diretor. Saiu-se bem na peça. Festejou o sucesso da apresentação. Recebeu os aplausos do auditório. O abraço dos colegas e amigos, mas teve de suportar a dura chamada do pai. A gota d’água para sua decepção com relação à futura carreira. Desanimou totalmente. Desistiu de viver. A arma do próprio pai foi seu carrasco. Aquela noite de glória foi também de caos. Entrou definitivamente para a sociedade dos poetas mortos, mas de forma trágica. O tão entusiasmado Neil, agora deixa tristeza na família, na escola, nos colegas e amigos. É a notícia do momento. Assunto dos corredores. A escola não iria perder sua reputação. O diretor tem de punir alguém. Não poderia ser outro: O professor Keating, seria demitido. Convoca os alunos do professor Keating e interroga-os, quer saber quem faz parte da sociedade. Terão de renunciar e assinar o termo de responsabilidade. Os pais estão presentes e certificam-se de que tal professor não lecionará mais ali. Os jovens não têm escolha. Grande é a sua dor em ter de separar-se do professor. As aulas voltarão a ser com antes dele. O diretor assume a sala. Todos terão de pagar as matérias atrasadas. Rever o assunto antes refutado.

O professor Keating entra na sala para pegar suas coisas no armário. Será o último encontro com aqueles alunos. Ao sair, mesmo sem se despedir, Anderson um dos alunos, com uma atitude inusitada, sobe na carteira, e exclama: Meu capitão! Esse era o apelido carinhoso que lhe deram. Os outros imitam. O diretor que está lecionando perde o domínio da sala. O professor keating agradece, pois sabe, mesmo não podendo mais continuar ali, leva a certeza de que algo ficou marcado naqueles garotos.

A conclusão desse episódio é que o filme Sociedade dos Poetas Mortos mostra uma crítica à educação tradicional, onde o aprendizado acontece de forma mecânica: O professor fala, o aluno ouve. O discente não inclui suas experiências do dia-a-dia no processo de aprendizagem. O professor Keating rompe com o tradicional e mostra um novo ideal pedagógico no qual a relação entre professor e aluno deve ter uma vivência democrática e interativa de forma espontânea, permitindo ao aluno poder extrair o melhor de si.


Quem teve a felicidade de ter sido formado pelo Professor GUSTAVO ROGERIO pela EAFI, deve se encontrar dentro desse filme. Falo de uma geração que não teve os recursos tecnológicos atuais. 

O foco principal, todavia, sempre foi e será facilitar o processo de ensino, mostrando como é que se adquire conhecimento e, assim, permitindo que os alunos ganhem confiança para aprender por conta própria em um mundo cada vez mais competitivo e maleável

Se, por um lado, deve-se seguir à risca as grades curriculares da escola e aquelas nacionais, por outro há espaço para que tais objetivos sejam alcançados por meio de modelos criativos de ensino.

  
O MESTRE GUSTAVO ROGÉRIO TRANSFORMOU ESSE LEGADO!


Compreender o papel que a EAFI possui na sociedade local e quem é cada um dos alunos é fundamental para criar vínculos de verdadeira cumplicidade.

Isso é um primeiro passo essencial para que alunos e professor, juntos, possam construir um caminho de progressos no ensino.

Muitos dos roteiros educativos modernos seguem essa tendência: por que não estimular os alunos unindo conhecimentos mais ‘acadêmicos’ à sabedoria popular (ou o que está na moda atualmente entre os jovens), mostrando quão importante é uma base educativa forte para entender o mundo ‘prático’ ao nosso redor?

Não é possível fazer isso sem ter um contato direto, íntimo e real com a classe. 

Por isso, reservar tempo e ter a disponibilidade para conversar com os alunos e trabalhar os aspectos sociais da escola é uma atribuição cada vez mais requisitada entre os professores.

Os conteúdos ministrados em sala de aula devem ser contextualizados, considerando-se a experiência de vida do aluno e seu conhecimento de mundo. 

Conhecer o aluno deve fazer parte da sua prática educativa da escola, respeitando as diferenças e o limite de cada um, baseando-se na generosidade e afetividade. 

O professor deve atuar de forma que leve o educando a pensar, criticar e gerar dúvidas para a produção do conhecimento. 

É enfatizado, também, que a escola não é a que detém o saber, mas a que intervém no processo pedagógico ampliando o conhecimento com base no diálogo e nas transformações sócio-politico-culturais do mundo. 

As entidades e a escola devem trabalhar em parceria visando à formação da identidade do educando como um cidadão no convívio social. 

O professor deve exercer sua prática educativa e como ele deve acreditar e sentir prazer no que faz

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