O FUTEBOL DE CINCO

futebol para cegos conhecido também como futebol de cinco é um esporte que é praticado por atletas com deficiência visual. A seleção brasileira é o time que mais possui títulos mundiais nessa modalidade, além de campeonatos paralímpicos. 


Como funciona o futebol para cegos 


Semelhante a modalidade de futebol de campo, o objetivo do futebol de cinco é também marcar o gol. Para isso, é necessário tocar a bola entre os companheiros de equipe e chutá-la na baliza adversária. O time que conseguir mais gols na partida, vence. 

Nesse esporte só é permitido três faltas coletivas. Caso ocorra a quarta, é marcado o tiro direto. O jogo de futebol para cegos funciona da seguinte forma: o tempo de partida é dividido em dois tempos de 25 minutos. Já o intervalo tem duração de dez minutos.

Outro fator importante é a expressão “voy”. Essa palavra precisa ser pronunciada pelo atleta todas as vezes que ele se deslocar em direção ao ataque. O termo vem do espanhol que significa “vou” em português.

Os goleiros na partida de futebol de cinco têm visão total. Já os jogadores de linha não enxergam. Durante os jogos, os atletas utilizam venda nos olhos, com exceção do goleiro. O objetivo é manter a partida igual para todos, tendo em vista que alguns atletas podem perceber luzes (vultos) e ter vantagem. Com isso, torna-se necessário usar o objeto. 

No futebol de campo, como também em outros esportes, existem limites para o número de substituições na partida. Já no futebol de cinco não há delimitações para trocas de jogadores, sendo, portanto, uma opção do técnico alterar quantas vezes quiser.
 
Outro fator importante no futebol para cegos consiste no silêncio durante a partida. Só pode haver barulhos externos, como o da torcida, quando a bola estiver fora de jogo. Portanto, é possível pronunciar gritos de apoio em momentos como: faltas, cobrança lateral, substituições de jogadores, hora do gol, tempo técnico, entre outras interrupções necessárias. 

As peças do jogo


O futebol de cinco é formado por peças fundamentais, como os times, a bola, a quadra, o chamador, a comissão técnica e outros elementos.

A equipe

Cada time é composto por cinco atletas. Um deles é o guarda-redes, chamado também de goleiro. Portanto, são quatro jogadores na linha e um no gol.

O chamador

O chamador é considerado uma das peças importantes da partida. Também conhecido como guia, ele tem a função de orientar o time para, por exemplo, finalizar o ataque. O chamador é o responsável por informar detalhes como a direção do gol, a posição dos marcadores, oportunidades de gols e vários outros aspectos importantes. Ele fica posicionado no fundo do gol (baliza) do adversário. 


O chamador fica atrás da linha de fundo do gol adversário (Foto: Wikipédia)


É importante entender que o chamador não concede orientações para a equipe em qualquer momento da partida. É preciso que o jogador esteja no terço de ataque. O terço corresponde a uma fita de marcação que é colocada na banda lateral e divide a quadra em três partes, sendo: o terço de defesa, o central e o de ataque.

A bola

A bola da partida geralmente tem 60 e 62 centímetros feita com material de couro. Um das peças fundamentais dela são os guizos que emitem barulhos para que os jogadores a localize. 

A quadra

A dimensão da quadra pode variar, no entanto, geralmente apresenta entre 35 e 42 metros de comprimento por metros de largura. A estrutura do campo desde os Jogos Paralímpicos realizado em Atenas, em 2004, usa-se grama sintética. 

A pequena área

Normalmente a pequena área apresenta a seguinte dimensão: 5,82 metros por 2 metros. Caso o goleiro saia dessa demarcação ocorre o pênalti

A história do futebol para cegos


Na Europa o futebol para cegos difundiu-se na Espanha. De acordo com a história do esporte, o primeiro torneio nacional que os espanhóis realizam foi em 1986. Já as competições americanas e europeias só começaram em 1997. Após um ano, ou seja, em 1998, aconteceu o primeiro Campeonato Mundial de futebol para cegos


O futebol para cegos foi difundido na Espanha.  (Foto: Wikipédia)


O órgão que regulariza as competições internacionais de futebol para cegos é a Federação Internacional dos Desportos para Cegos (IBSA). Essa entidade também é responsável pelas competições nas modalidades de judô, esqui alpino, biatlo, natação, levantamento de peso, tiro, tiro com arco, boliche, ciclismo, esqui nórdico, golbol, atletismo, além de outros. 

O início do futebol para cegos no Brasil

Há indícios que o futebol para cegos no Brasil teve início nos anos 50 em locais de ensino e de apoio para cegos. Mas foi apenas em 1978, nas Olimpíadas Especiais das APAEs, em Natal-RN que ocorreu o primeiro torneio de futebol de cinco. 

A seleção brasileira é destaque nessa modalidade esportista, com o pentacampeonato. Portanto, a camisa verde e amarela é hegemônica com cinco títulos mundiais. Os anos dos títulos foram em 1998, 2000, 2010, 2014 e 2018. Nesse último, a disputa aconteceu em Madri (Espanha) onde Brasil ganhou da Argentina pelo placar de 2x0. Os gols foram marcados pelos atletas Ricardinho e Nonato.

No mundial de futebol para cegos, o Brasil disputou a final cinco vezes com a Argentina. A camisa verde e amarela conquistou o título em quatro decisões: em 1998, 2000 e 2014 e, também, 2018. A seleção canarinho perdeu apenas em 2006.

Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) é o órgão que regulamenta o futebol para cegos no Brasil. A CBVD também responde por outras modalidades como o judô, goalball, futebol B2 e B3 e o powerlifting (esporte de levantamento de peso).

O Brasil nos Jogos Paralímpicos


A seleção brasileira participou dos Jogos Paralímpicos de futebol para cegos em 2004, em Atenas. Foi nessa competição que o Brasil chegou ao primeiro título mundial. Na época, o país venceu a Argentina nos pênaltis por 3 a 2. 

O Brasil levou a melhor também nos Jogos de Pequim na China, em 2008, na Inglaterra em Londres, em 2012 e no Rio de Janeiro no ano de 2016, tornando-se tetracampeã na competição. 

Obs.: Nos Jogos Paralímpicos realizado em Londres em 2012 a seleção brasileira recebeu do Comitê Paraolímpico Internacional o prêmio do Paralympic Sport Awards.


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Classificação

B1
Cegos totais ou com percepção de luz, mas sem reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância

B2
Atletas com percepção de vultos

B3
Atletas que conseguem definir imagens

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