Árbitro brasileiro de futebol profissional: percepção do significado do arbitrar



O objetivo do presente estudo foi avaliar o significado que tem o trabalho de arbitrar para os árbitros brasileiros de futebol. 


Foram avaliados vinte e quatro árbitros profissionais, dos quais dezessete pertenciam ao quadro de árbitros da FIFA do ano de 2011 e sete eram aspirantes ao quadro da FIFA. 

Para isto foi-lhes feita a pergunta "Qual o significado do arbitrar para você?". 

A análise dos discursos foi feita de acordo com os procedimentos recomendados por Miles; Huberman (2004). Foram obtidas quatro categorias de resposta. 

Um aspecto interessante observado diz respeito ao contexto do futebol como incentivador para a carreira de árbitro. Isso nos leva a considerar que fazer parte do "espetáculo futebol" foi, por si só, um fator de engajamento na atividade, mas, além disso, representa uma parte expressiva da vida do árbitro, e o significado atribuído ao trabalho de arbitrar mostra que essa atividade se converte em paixão e, aparentemente, em adaptações positivas às diferentes situações enfrentadas, independentemente do nível ou da função que se desempenhe em campo.

INTRODUÇÃO

Não há dúvida sobre o lugar de destaque que o futebol ocupa no mundo contemporâneo. Nos cinco continentes, mobiliza profissionalmente, de forma direta ou indireta, dezenas de milhões de indivíduos e, emocionalmente, várias centenas de milhões. Na indústria do entretenimento, transformou-se na maior atração deste início de século, capaz de movimentar 250 bilhões de dólares por ano em todo o mundo (FOER, 2005; FRANCO JÚNIOR, 2007; UNZELTE, 2002). 

Mais de um quinto da população do planeta tem envolvimento com o futebol (YALLOP, 2002) e, atualmente, 208 países são filiados à Fédération Internationale de Football Association (2010), superando assim os 192 países membros filiados à Organização das Nações Unidas (ONU, 2010).

Os árbitros são parte desse universo do futebol. Atualmente, o quadro de árbitros da Fédération Internationale de Football Association (2010), composto por 2.642 árbitros e assistentes, é o topo da arbitragem mundial. 

Ao chegar a este nível os árbitros estão aptos a atuar em competições internacionais como a Copa do Mundo, as olimpíadas e campeonatos intercontinentais. 

Esses profissionais exercem um papel fundamental dentro do campo de jogo, pois suas decisões podem definir uma partida e, até mesmo, um campeonato. 

Ao árbitro é entregue a responsabilidade da aplicação das regras do jogo para garantir que os jogadores cumpram a sua regulamentação. Isto exige que o árbitro mantenha-se atento e concentrado e esteja bem-posicionado para perceber infrações e tomar decisões em frações de segundo sobre incidentes da partida (REILLY; GREGSON, 2006).

Dirigir um jogo envolve inúmeras dificuldades, pois são vários os problemas enfrentados, alguns até mesmo antes de o jogo começar, pela falta de estrutura do futebol, pela conduta dos dirigentes, treinadores e atletas e, outros ainda, por problemas no próprio ato de arbitrar (BARROS, 1990). 

Guillén; Jiménez (2001) e Gonzales Oya (2006) observaram também que arbitrar é uma tarefa altamente complexa, não somente pelo fato de o árbitro ter que tomar decisões em um curto período de tempo, mas também por ficar exposto a críticas e pressões dos torcedores, atletas, técnicos e meios de comunicação (BALCH; SCOTT, 2007), além de sofrer abusos verbais, ameaças e, até mesmo, agressões físicas (WEINBERG; RICHARDSON, 1990; LUZ; ROSADO, 2003; ALONSO-ARBIOL; ARRATIBEL; GOMEZ, 2008). 

Ademais, é escasso o número de reforçadores positivos, e a possibilidade de terminar um evento esportivo sem cometer erros é mínima. 

Assim, arbitrar pode ser uma atividade desafiadora em muitos aspectos, mas ao mesmo tempo pode ser uma experiência frustrante e emocionalmente difícil. 

Consequentemente, os árbitros podem sofrer da síndrome de burnout, que eles desenvolvem, em parte, devido aos relacionamentos sociais e aos sentimentos negativos advindos das críticas e expectativas dos outros, que resultam em estresse prolongado.

Esses aspectos nos levaram a questionar por que os árbitros realizam uma atividade que os torna expostos ao burnout e ao possível abandono da carreira de forma prematura. 

Acreditamos que a extensão e o envolvimento popular com o futebol no mundo podem explicar somente em parte essa participação e que o significado implícito que os árbitros atribuem espontaneamente a uma atividade a que se dedicam de forma profissional por muitos anos, mesmo enfrentando muitas dificuldades, poderia responder a esse questionamento.

Sabe-se que o significado de uma atividade é constituído por diversos elementos que procedem de diferentes experiências; assim, mais do que estar relacionado ao contexto, está essencialmente unido a ele (BRANDÃO et al., 2011). 

Para Torregrosa; Lee (2000), o significado de uma atividade está relacionado a princípios ou crenças que ajudam a guiar o comportamento, a definir as metas e a estabelecer padrões de conduta. 

Em outras palavras, o significado de uma atividade é atribuído a partir de critérios que as pessoas usam para selecionar e justificar suas ações. 

Lee et al. (2008) afirmam que, se os valores humanos guiam as ações das pessoas e governam sua percepção da realidade, então eles também influenciam atitudes e comportamentos no esporte, sua direção e intensidade.

Embora as atividades desempenhadas pelos árbitros de futebol dentro das quatro linhas do campo sejam as mesmas no mundo inteiro, há necessidade de se investigar até que ponto diferentes significados podem determinar o valor agregado de uma atividade. 

Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar o significado atribuído ao arbitrar pelos árbitros brasileiros de futebol profissional pertencentes ou aspirantes ao quadro de árbitros da FIFA.


PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A presente pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa qualitativo-descritiva, modelo que possibilita aos investigadores compreender, na perspectiva dos participantes, uma experiência em um ambiente específico. Participaram da investigação vinte e quatro árbitros brasileiros pertencentes ou aspirantes ao quadro da FIFA (80% do total). Em 2011 havia 20 árbitros brasileiros pertencentes ao quadro de árbitros da FIFA (dez árbitros centrais e dez árbitros assistentes), além dez árbitros centrais aspirantes ao quadro FIFA. Os árbitros centrais da FIFA foram aqui chamados de Árbitro CA até Árbitro CJ; os árbitros assistentes da FIFA, de Árbitro AK até Árbitro AQ; e os árbitros aspirantes, de Árbitro PR até Árbitro PZ.

A escolha da amostra fundamenta-se no fato de que os árbitros integrantes do quadro da FIFA fazem parte da elite mundial da arbitragem e atuam nas principais competições nacionais e internacionais, além de vivenciarem diversas experiências esportivas ao longo da carreira. 

O caminho até o quadro de árbitros da FIFA é longo, e apenas vinte indivíduos são contemplados com o escudo internacional. 

Após serem aprovados para o quadro nacional da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), os árbitros são avaliados durante toda a temporada por meio de relatórios de observadores das partidas e de provas físicas e teóricas. 

Uma comissão nacional indica os dez melhores árbitros e os dez melhores assistentes para comporem o quadro de árbitros FIFA. 

Em alguns jogos os árbitros FIFA são monitorados durante as partidas com GPS, e fora de campo contam com um acompanhamento permanente de observadores, além de, diariamente, terem que realizar atividades em uma plataforma específica no site da FIFA. 

Os árbitros que forem reprovados por três vezes consecutivas nos testes são desligados do quadro e substituídos pelo aspirante à FIFA melhor ranqueado.

Os árbitros deste estudo foram avaliados por meio de um questionário, contendo os seguintes dados biográficos: 

(a) local e data de nascimento; 

(b) grau de instrução; 

(c) tempo de atuação na arbitragem; 

(d) função desempenhada; 

(e) tempo no quadro de árbitros; 

(f) colocação no quadro de arbitragem; 

(g) principais competições em que atuou. 

Além disso, os participantes responderam à pergunta "Qual o significado do arbitrar para você?", a qual permitiu respostas abertas, sem imposição de limite de discurso para as respostas, podendo variar de uma única palavra a um longo texto.

A coleta dos dados foi realizada de maneira eletrônica, por meio de um protocolo enviado via e-mail aos árbitros que demonstraram interesse em participar após serem contatados e informados pela Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CA-CBF) sobre a realização da pesquisa. 

Foram enviados aos árbitros: (a) um vídeo explicativo sobre os objetivos da pesquisa e seus procedimentos, (b) o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e (c) o questionário biográfico. 

As respostas foram enviadas diretamente para o pesquisador responsável pelo estudo sem passar pelo chefe de arbitragem de sua confederação, como uma forma de garantir sigilo e evitar possíveis constrangimentos. 

Os questionários foram respondidos e enviados de acordo com a melhor conveniência dos árbitros. 

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, Brasil, sob o Protocolo 002/2011.

A análise das entrevistas foi feita de acordo com os procedimentos recomendados por Miles; Huberman (2004), os quais são compostos pelas seguintes etapas: 

(a) transcrição palavra por palavra (verbatim) das respostas relatadas pelos árbitros, sem qualquer interpretação, para se ter uma visão geral de todas as proposições e obter um sentido dos relatos dos sujeitos; 

(b) leitura exaustiva das entrevistas, com o objetivo de familiarizar-se completamente com elas; 

(c) seleção das informações consideradas relevantes, escolhendo-se como unidades de registro frases e/ou afirmações; 

(d) redução dos dados mediante a aplicação, a posteriori, de um sistema de codificação, reunindo-se assim as diversas frases e afirmações em categorias de análises com características comuns; 

(e) validade interpretativa, obtida por meio da apresentação das afirmações e das categorias devidamente definidas pelos autores a cinco juízes (mestres e doutores em Educação Física e/ou Psicologia do Esporte) para que classificassem cada frase em uma categoria. 

Foram aceitas para análise as afirmações com 75% de concordância (valor definido pelos autores) de classificação das afirmações na mesma categoria entre os juízes. Esse passo assegurou maior idoneidade na classificação das unidades de registro em categorias.


RESULTADOS

A idade média dos participantes e o tempo médio de prática por categoria de árbitros estão descritos na Tabela 1.





Do total de afirmações foram extraídas 97 unidades de registro sobre o significado do arbitrar, as quais resultaram em quatro categorias: 

(a) desenvolvimento de competências e reconhecimento; 

(b) emoções pela arbitragem e pelo futebol; 

(c) relação com o futebol; 

(d) meio de vida. 

Na sequência serão apresentadas as definições de cada categoria e, para exemplificar, algumas afirmações textuais dos árbitros avaliados.

(a) Desenvolvimento de competências e reconhecimento - Se refere às afirmações que mostram o desenvolvimento de capacidades e competências por meio da prática em si. Além do mais, podem se referir a afirmações que indicam reconhecimento profissional, prestígio e influência social.

"Arbitrar é ter responsabilidade, disciplina, confiança, equilíbrio e respeito" (Árbitro PS); "Arbitrar é estar preparado fisicamente, tecnicamente, psicologicamente. Aplicar as regras corretamente" (Árbitro PR); "Arbitrar significa dizer que sou uma pessoa pública, sou ídolo dos meus familiares" (Árbitro CB); "Profissão paralela que dá recursos para estar bem fisicamente e com saúde" (Árbitro AM); "Significa representar minha família, meu estado e todas as pessoas que me apoiaram" (Árbitro CC).

(b) Emoções pela arbitragem e pelo futebol: refere-se às afirmações que mostram que arbitrar é uma atividade geradora de sentimentos importantes derivados da própria prática, tanto pela carreira de árbitro quanto pela modalidade na qual este esteja inserido. Esta categoria foi subdividida em dois blocos:

(b1) Paixão pela arbitragem e pelo futebol: refere-se às afirmações que indicam que o arbitrar e o futebol em si geram uma emoção especial, uma paixão, que conduz à satisfação de determinados objetivos e desejos de vida e esportivos:

"Arbitragem é minha vida... Não saberia viver sem a arbitragem" (Árbitro AL); "Depois da minha família é meu grande amor" (Árbitro CD); "Significa tudo" (Árbitro AO); "Eu amo ser árbitro de futebol" (Árbitro PV); "Sou apaixonado pelo futebol" (Árbitro CC); "Eu vivo assim. Paixão pela interpretação da regra. Arbitrar é estilo de vida" (Árbitro AK); "É um verdadeiro vício, amamos a carreira. É emoção" (Árbitro AP); "O mundo da arbitragem me encanta" (Árbitro PT).

(b2) Prazer na participação: refere-se às afirmações que mostram sentimentos de diversão e alegria pela e na prática da arbitragem:

"Sinto prazer de estar em campo. Prazer pelo que faço" (Árbitro PU); "Arbitrar significa adrenalina" (Árbitro AP).

(c) Relação com o futebol: arbitrar parece ser uma possibilidade de estar envolvido no futebol de uma maneira que não a de jogador ou treinador, e também uma forma de poder contribuir para a modalidade. As afirmações foram agrupadas em dois blocos:

(c1) Participação no futebol: neste caso, as afirmações indicam a possibilidade de participar na modalidade por apreciar o esporte e por estar diretamente relacionada aos aspectos proporcionados pelo futebol:

"Arbitrar é fazer parte do show [...] significa proximidade e oportunidade de fazer parte do espetáculo" (Árbitro CF); "É fazer parte do futebol, estar inserido no contexto nacional" (Árbitro PU); "É estar em uma Copa do Mundo" (Árbitro AO).

(c2) Contribuição para o futebol: as afirmações indicam uma possibilidade de colaboração dos árbitros para a modalidade esportiva, seja durante uma partida seja mesmo ao final da carreira, por meio de cursos de formação de novos árbitros e programas de qualificação e treinamento.

"Espero poder me dedicar no futuro colaborando com novas gerações" (Árbitro CD); "Contribuir para legitimar o resultado do jogo"(Árbitro AN); "Arbitrar é ser o principal gestor daquele espetáculo" (Árbitro PX); "Tudo que faço é em prol da arbitragem"(Árbitro PV).

(d) Meio de vida: refere-se às afirmações que mostram que, para os árbitros, a participação na arbitragem do futebol é uma forma de sustento da família e de si mesmo, ou uma profissão:

"Auxílio financeiro para a família" (Árbitro AM); "Ocupo maior parte do meu tempo com a arbitragem" (Árbitro PU); "É uma profissão paralela que me auxilia financeiramente" (Árbitro AM).

A equipe de arbitragem é composta, em sua maioria, por um árbitro central, dois árbitros assistentes e um quarto árbitro. Embora atuem juntos em uma mesma partida, os árbitros têm funções diferentes no jogo. 

O árbitro central, durante uma partida para a qual tenha sido escalado, terá autoridade total para fazer cumprir as regras do jogo (Fédération Internationale de Football Association, 2011). 

Ele tem sobre si inúmeras responsabilidades, podendo paralisar, suspender ou encerrar a partida por qualquer tipo de interferência externa ou por lesão grave de um jogador. 

Ele poderá também tomar medidas disciplinares contra jogadores que cometam infrações puníveis com advertência ou expulsão; tomar medidas contra os funcionários oficiais das equipes que não se comportem de maneira correta e expulsá-los do campo de jogo e de seus arredores. 

Já os árbitros assistentes ajudam o árbitro a dirigir o jogo conforme as regras e devem indicar quando a bola sai completamente do campo do jogo, quando um jogador deverá ser punido por estar em posição de impedimento e quando ocorrer alguma infração ou outro incidente fora do campo visual do árbitro (Fédération Internationale de Football Association, 2011).

As principais manifestações dos árbitros centrais foram:

"Arbitrar significa amor pelo futebol, amor pela arbitragem, me sinto privilegiado em ser árbitro de elite" (Árbitro CA); "É minha vida" (Árbitro CB); "Significa representar minha família. Paixão pelo futebol" (Árbitro CC); "Depois da minha família é meu grande amor" (Árbitro CD); "Amo o que faço. Arbitrar é um dom divino, felizes os escolhidos para desempenhar esta árdua e digna atividade" (Árbitro CH).

Por outro lado, os árbitros assistentes mencionaram:

"Significa tudo. Paixão" (Árbitro AO); "Não saberia viver sem a arbitragem. É minha vida. Amor à arbitragem" (Árbitro AL); "Arbitrar é um estilo de vida. Eu vivo assim. Tenho paixão pela interpretação da regra" (Árbitro AK); "É um verdadeiro vício. Amamos a carreira. É emoção, adrenalina" (Árbitro AP); "Satisfação. A arbitragem esta incorporada em minha vida. Gosto do que faço. A coisa fica no sangue e você não quer parar mais" (Árbitro AQ).

Os árbitros centrais e os árbitros assistentes apresentaram, de modo geral, significados similares para o ato de arbitrar, destacando a arbitragem e o futebol como principais motivos norteadores de seu envolvimento com a carreira de árbitro; no entanto, foi possível observar diferença importante nas categorias adotadas no estudo em relação ao significado do arbitrar. 

Enquanto os árbitros centrais procuram associar o ato de arbitrar com o desenvolvimento de competências e reconhecimento, as manifestações dos árbitros assistentes foram pouco frequentes nesta categoria. 

As seguintes manifestações dos árbitros centrais exemplificam esta situação:

"Arbitrar é superar limites, superar desafios, é ir cada vez mais longe" (Árbitro PU); "Fazer parte do show" (Árbitro CF); "É ter responsabilidade, ter conhecimento e inteligência para aplicar as regras" (Árbitro PX); "Significa ser justo, ser honesto acima de tudo. É ter essas duas condutas cravadas na alma" (Árbitro PT); "Arbitrar é ter responsabilidade, disciplina, confiança, equilíbrio e respeito" (Árbitro PS); "Arbitrar é estar preparado fisicamente, tecnicamente, psicologicamente. Aplicar as regras corretamente" (Árbitro PR); "Arbitrar significa dizer que sou uma pessoa publica, sou ídolo dos meus familiares" (Árbitro CB); "Significa representar minha família, meu estado e todas as pessoas que me apoiaram" (Árbitro CC).

Ao examinar as afirmações dos árbitros de nível internacional (FIFA) e os árbitros nacionais (aspirantes à FIFA), foi possível observar diferença importante no discurso dos participantes nas categorias emoções pela arbitragem e pelo futebol e desenvolvimento de competências e reconhecimento. No que diz respeito às emoções pela arbitragem e pelo futebol, observa-se que as emoções têm significados semelhantes e relevantes durante a carreira e desempenho da função para os dois grupos, porém foram mais evidenciadas por árbitros internacionais. Os árbitros FIFA mencionaram:

"Arbitrar significa amor pelo futebol, amor pela arbitragem. Me sinto privilegiado em ser árbitro"(Árbitro CA); "Amo o que faço. É um dom divino.Felizes os escolhidos para ser árbitro" (Árbitro CH); "Depois da minha família é meu grande amor"(Árbitro CD); "Significa tudo" (Árbitro CJ ); "Gosto daquilo que faço é minha vida"(Árbitro CB).

Por sua vez, os árbitros aspirantes à FIFA apresentaram as seguintes manifestações:

"Arbitrar é o que me deixa feliz" (Árbitro PS); "O mundo da arbitragem me encanta" (Árbitro PT); "Eu amo ser árbitro de futebol. É tudo o que sou, é tudo em minha vida" (Árbitro PV); "É a realização de um desejo, sou um apaixonado pela arbitragem" (Árbitro PX); "Sou árbitro porque gosto, me sinto feliz" (Árbitro PS); "Gosto do que faço, a arbitragem está incorporada em minha vida"(Árbitro PQ).

No que diz respeito à categoria "desenvolvimento de competências e reconhecimento", constatou-se a tendência dos árbitros nacionais (aspirantes à FIFA) a atribuir o significado do arbitrar a esta categoria, como pode ser observado nas seguintes manifestações:

"Arbitragem para mim significa ser justo, ser honesto acima de tudo. É ter essas duas condutas cravadas na alma" (Árbitro PT); "Arbitrar é ter responsabilidade, disciplina, confiança, equilíbrio e respeito" (Árbitro PS); "É estar preparado fisicamente, tecnicamente e psicologicamente. É aplicar as regras corretamente" (Árbitro PR); "Superar desafios, superar limites e ir cada vez mais longe" (Árbitro PU); "Arbitrar significa ter responsabilidade, ter conhecimento e inteligência para aplicar as regras" (Árbitro PX).

DISCUSSÃO

O objetivo do presente estudo foi analisar o significado atribuído ao ato de arbitrar pelos árbitros brasileiros de futebol pertencentes e aspirantes ao quadro de árbitros da FIFA. 

Os árbitros participantes do estudo, classificados como os principais árbitros do Brasil, evidenciaram aspectos relacionados às emoções pela arbitragem e pelo futebol como as principais motivações para arbitrar, o que corrobora os resultados obtidos em estudos realizados com árbitros de futebol suecos (FOLKESSON et al., 2002); espanhóis (ALONSO-ARBIOL; ARRATIBEL; GOMEZ, 2008; GONZALES OYA; DOSIL, 2004; MARRERO; GUTIÉRREZ, 2002), portugueses (BRANDÃO et al., 2011; LUZ; ROSADO, 2003), que constataram que estes são altamente motivados e sentem prazer e paixão pela arbitragem. 

As emoções derivadas da prática e o prazer pela participação parecem ter um significado especial para os árbitros, o que está de acordo com Philippe et al. (2009), segundo os quais os árbitros gastam muito tempo em função de seu ofício, aprimorando suas habilidades, e demonstram ser extremamente apaixonados pelo que fazem. 

Para Brandão et al. (2011), a avaliação da atividade, o tempo e a energia gasta, estão relacionados com "disposição", uma força motivacional que leva o indivíduo a participar de uma atividade que produz um desejo e uma aceitação pessoal sobre a sua prática. 

Não obstante, para que uma atividade esteja relacionada com paixão, ela deve ter um significado para o indivíduo de maneira que passe um tempo de sua vida a realizá-la regularmente. 

Aparentemente, o arbitrar constitui o aspecto central da identidade do árbitro de, tal forma que o arbitrar, mais que uma profissão, é uma parte de quem o árbitro é.

Para Vallerand (2008) e Vallerand et al. (2006), paixão é o principal componente da participação em modalidades esportivas, sendo definida como uma forte inclinação para uma atividade que as pessoas gostam de exercer, que acham importante e na qual investem tempo e energia. 

Essas atividades passam a ser caracterizadas como elementos centrais da identidade, e os indivíduos que são apaixonados pelo que fazem se sentem vivos, têm um alto grau de excitação e prazer em sua atividade, especialmente naquelas que são agradáveis e possibilitam satisfação das necessidades de competência, autonomia e relacionamento.

Outro aspecto relacionado com o arbitrar que tem um significado especial para os participantes do estudo se refere ao desenvolvimento de competências e à motivação de seguir vinculado ao futebol mesclando-se também com os desejos de seguir praticando esporte. 

Tal constatação coincide com a do estudo de Alonso-Arbiol, Arratibel e Gomez (2008) realizado com árbitros de futebol espanhóis, que citaram o desenvolvimento físico como um dos aspectos mais relevantes, o que talvez possa ser explicado pela alta exigência física do árbitro de futebol quando comparado com árbitros de outras modalidades esportivas, como, por exemplo, o voleibol.

É importante ressaltar que, diferentemente de outros estudos, que citam a arbitragem como um agente socializador e criador de laços afetivos entre os envolvidos (BRANDÃO et al., 2011; ALONSO-ARBIOL; ARRATIBEL; GOMEZ, 2008; MARRERO; GUTIERREZ, 2002), os árbitros centrais e os assistentes participantes deste estudo não citaram interação social como um aspecto relacionado ao significado do arbitrar. 

Tal fato talvez possa ser explicado pela diferença regional dos indivíduos participantes deste estudo, pela dimensão continental do Brasil e pelas dificuldades de deslocamento entre os estados, limitando convívio entre os árbitros.

Outro aspecto interessante foi que poucos árbitros se referiram ao arbitrar como um meio de vida. 

O fato de os árbitros participantes desse estudo estarem no patamar de remuneração mais alto da categoria e possuírem ainda outras fontes de renda, já que existe a obrigatoriedade de se comprovar vínculo empregatício fora da arbitragem, pode ser uma das explicações para tal fato; mas, para Marrero; Gutierrez (2002), as razões mais importantes para o arbitrar estão relacionadas com alcançar determinadas metas na arbitragem e conhecer melhor o esporte (regras e participação), e não aos aspectos financeiros. Já Gonzales Oya (2006), Gonzales Oya e Dosil (2007) e Alonso-Arbiol, Arratibel e Gomez (2008) acrescentam como motivos significativos aspectos como praticar esporte, poder viajar, alcançar objetivos, ter prazer pela atividade, conhecer o esporte por meio de aprofundamento nos aspectos técnicos e regulamentares, estar entre os amigos e, até mesmo, funcionar como válvula de escape.

De acordo com a função desempenhada em campo entre os integrantes do quadro da FIFA (árbitro central ou assistente) e as diferenças observadas no significado atribuído ao arbitrar na categoria "desenvolvimento de competências e reconhecimento", os árbitros centrais evidenciaram com maior frequência aspectos relacionados a comportamentos específicos para a prática da arbitragem, como exigências comportamentais, psicológicas e físicas. 

Neste caso, as manifestações mostram o desenvolvimento de capacidades e competências da prática em si, podendo também indicar reconhecimento profissional para qualquer personagem que faça parte do esporte, tornar-se uma pessoa pública e influente na sociedade na qual estão inseridos. 

O "reconhecimento" citado pelos árbitros pode ser compreendido pela interpretação das regras do jogo (Fédération Internationale de Football Association, 2011), em que o árbitro é o responsável por todas as decisões da partida, e mesmo após qualquer intervenção dos assistentes, é ele quem tem o poder da decisão final, e isso lhe propicia estar sempre em evidência. 

Outro fator que contribui para este aspecto, de acordo com Silva e Bueno Sobrinho (2005), é que o árbitro também é o foco das transmissões, pois antes de se começar o jogo, faz-se a apresentação dos jogadores e do trio de arbitragem.

Em relação ao desenvolvimento de competências físicas, Reilly e Gregson (2006) afirmam que, embora os assistentes aparentem ter uma exigência física menor na tarefa desempenhada em campo do que os árbitros centrais, os níveis de aptidão parecem ser semelhantes. 

Este fato pode ser explicado pela característica atual na composição dos quadros de arbitragem e também pela exigência do teste físico imposto pela FIFA. 

Atualmente, os interessados na carreira da arbitragem fazem a opção pela função que pretendem desempenhar em campo, mas os testes físicos aplicados periodicamente pela Comissão de Arbitragem, estabelecidos dentro dos padrões FIFA, são os mesmos tanto para os árbitros centrais como para os árbitros assistentes, ou seja, exigem-se níveis de aptidão física semelhantes. 

Outro fator que exige dos árbitros centrais e os árbitros assistentes estarem bem-preparados fisicamente é a característica do futebol atual que estabelece que o desempenho da equipe de arbitragem seja semelhante ao dos jogadores durante os 90 minutos. É o que demonstram Reilly e Gregson, (2006); Krustrup et al. (2009); Krustrup e Bangsbo (2001) e Krustrup e Bangsbo (2002), os quais observaram que a distância percorrida pelos árbitros varia de 9 a 13 km por jogo e dos árbitros assistentes é de aproximadamente 7 km, enquanto a média de um jogador é de 10 km. 

Vale ressaltar que esta alta demanda durante os jogos, associada a uma preparação física inadequada, foi o fator que mais gerou estresse em árbitros de futebol participantes de uma pesquisa desenvolvida por Samulski, Noce e Costa (1999).

A única categoria de análise que revelou diferenças entre os árbitros da FIFA e aspirantes à FIFA foi "emoções pela arbitragem e pelo futebol". 

Expressões relacionadas ao amor, paixão e sentimentos pela carreira de árbitro foram evidenciadas para os árbitros pertencentes ao quadro da FIFA, sendo a categoria mais citada por eles. Embora para Marrero e Gutierrez (2002), os principais motivos relacionados ao arbitrar apontados por árbitros espanhóis não apresentem diferenças segundo a idade ou tempo de prática, os árbitros da FIFA do presente estudo têm média de idade e média em tempo de prática superiores às dos aspirantes à FIFA, o que talvez possa explicar essas diferenças.

Ao se ingressar no quadro de árbitros da FIFA, as responsabilidades aumentam, assim como os deveres, pois todos os dias há a obrigatoriedade de executar inúmeras atividades em uma plataforma específica no site da FIFA, a ocorrência de avaliações físicas e teóricas é maior e há um aumento na frequência de viagens e compromissos internacionais. 

De forma geral, o tempo de dedicação à função desempenhada é cada vez maior. Brandão et al. (2011) completam afirmando que quanto mais alto for o nível do árbitro, maiores são as responsabilidades, os sentimentos de apreensão e as expectativas em relação ao seu desempenho nas competições e, consequentemente, o medo de cometer erros, de falhar e de não conseguir cumprir com os objetivos.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo caracteriza-se como o primeiro estudo brasileiro realizado com árbitros da elite do futebol brasileiro profissional a abordar o significado implícito que os árbitros atribuem à sua carreira. 

A análise dos significados é uma forma de interpretar as experiências que fazem o futebol ser significativo para o árbitro e que determinam suas atitudes e comportamentos.

Um aspecto interessante observado neste estudo diz respeito ao contexto do futebol como incentivador para a carreira de árbitro. Isso nos leva a considerar que fazer parte do "espetáculo futebol" foi, por si só, um fator de engajamento na atividade; mas, talvez, mais representativo seja observar quanto a paixão e a emoção pelo futebol e pelo arbitrar são significativos para os árbitros. 

O arbitrar aparentemente representa uma parte expressiva da vida do árbitro, e o significado atribuído ao arbitrar mostra que a atividade se converte em paixão e aparentemente, em adaptações positivas às diferentes situações enfrentadas, independentemente do nível ou da função que ele desempenhe em campo.

O conhecimento desses aspectos pode ser crucial para a elaboração de um plano de preparação psicológica por comissões de arbitragem, federações e órgãos responsáveis pelos treinos e direcionamento da carreira dos árbitros, a fim de melhorar o desempenho em campo e a qualidade de vida dos árbitros brasileiros de futebol.


REFERÊNCIAS

ALONSO-ARBIOL, I.; ARRATIBEL, N.; GOMEZ, E. La motivación del colectivo arbitral en fútbol: un estudio cualitativo. Revista Psicologia del Deporte, Palma, v. 17, n. 2, p. 187-203, 2008.

BALCHT, M. J.; SCOTT, D. Contrary to popular belief, refs are people too! Personality and perceptions of officials. Journal of Sport Behavior, Nova York, v. 30, no. 1, p. 3-16, 2007.

BARROS, J. M. A. Futebol: porque foi... porque não é mais. Rio de Janeiro: Sprint, 1990.

BRANDÃO, M. R. F. et al. El significado del arbitrar: percepción de jueces de fútbol profesional. Revista de Psicología del Deporte, Palma, v. 20, n. 2, p. 275-286, 2011.

explorada. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Taguatinga, v. 13, n. 2, p. 85-92, 2005.

FÉDÉRATION INTERNATIONALE DE FOOTBALL ASSOCIATION. About FIFA. Disponível em: <http://pt.fifa.com/aboutfifa/federation/associations.html>. Acesso em: 28 ago. 2010.

FÉDÉRATION INTERNATIONALE DE FOOTBALL ASSOCIATION. Regras dos Jogo. Zurich: FIFA, 2011.

FOER, F. Como o futebol explica o mundo: um olhar inesperado sobre globalização. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

FOLKESSON, P. et al. Soccer referees experience of threat and aggression: Effects of age, experience, and life orientation on outcome of copying strategy. Aggressive Behavior, Nova York, v. 28, no. 4, p. 317-327, 2002.

FRANCO JÚNIOR, H. A dança dos deuses: futebol, cultura e sociedade. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

GONZALES OYA, J. L. Psicología aplicada al árbitro de fútbol: características psicológicas y su entrenamiento. Sevilha: Wanceulen, 2006.

GONZALES OYA, J. L.; DOSIL, J. Características psicológicas de los árbitros de fútbol de la Comunidad Autónomo Gallega. Cuadernos de Psicología del Deporte, Murcia, v. 4, n. 1, p. 53-66, 2004.

GONZALES OYA, J. L.; DOSIL, J. La psicología del árbitro de fútbol. A Coruña: Toxosoutos, 2007.

GUILLÉN, F.; JIMÉNEZ, H. Características deseables en el arbitraje y el juicio deportivo. Revista Psicología del Deporte, Palma, v. 10, n.1, p. 23-34, 2001.

KRUSTRUP, P. et al. Activity profile and physical demands of football and assistant referees in International games, Journal of Sports Sciences, London, v. 27, no. 11, p. 1167-1176, 2009.

KRUSTRUP, P.; BANGSBO, J. Activity profile and physiological demands of top-class soccer assistant refereeing in relation to training status. Journal of Sports Sciences, London, no. 20, p. 861-871, 2002.

KRUSTRUP, P.; BANGSBO, J. Physiological demands of top-class soccer refereeing in relation to physical capacity: effect of intense intermittent exercise training, Journal of Sports Sciences, London, v. 19, p. 881-891, 2001.

LEE, M. J. et al. Relationships among values, achievement orientations, and attitudes in youth sport. Journal of Sport and Exercise Psychology, Champaign, v. 30, p. 588-610, 2008.

LUZ, C.; ROSADO, A. Stress, esgotamento e intenção de abandono entre os árbitros de futebol portugueses. Ludens, Lisboa, v. 17, n. 2, p. 41-46, 2003.

MARRERO, G.; GUTIERREZ, C. Las motivaciones de los árbitros de fútbol. Revista Psicología del Deporte, Palma, v. 11, n. 1, p. 69-82, 2002.

MILES, M.; HUBERMAN, A. Qualitative data analysis. Thousand Oaks, California: Sage, 2004.

Organização das Nações Unidas – ONU. Conheça a Onu. Disponível em: <http://www.onu.org.br/conheca-a-onu/conheca-a-onu/> Acesso em: 17 jul. 2010.

PHILIPPE, F. L. et al. Passion in referees: Examining their affective and cognitive experiences in sport situations. Journal of Sport & Exercise Psychology, Tallahassee, v. 31, p. 77-96, 2009.

REILLY, T.; GREGSON, W. Special populations: The referee and assistant referee. Journal of Sports Sciences, Londres, v. 24, no. 7, p. 795-801, 2006.

SAMULSKI, D. M.; NOCE, F.; COSTA, E. G. Análise do estresse psicológico do árbitro: um estudo comparativo entre futebol e voleibol. Revista da APEF, Londrina, v. 14, n.1, p. 13-28, 1999.

SILVA, A. I.; BUENO SOBRINHO. A. Arbitro de futebol x marketing: uma opção a ser

TEIPEL, D.; KEMPER, R.; HEINERMANN, D. Evaluation of game-related stress conditions in male and female soccer. In: PROCEEDINGS OF THE X EUROPEAN CONGRESS OF SPORT PSYCHOLOGY, 1999, Praga. Annals... Praga: [s.n.], 1999. p. 217-219.

TORREGROSA M.; LEE, M. El estudio de los valores en psicología del deporte, Revista Psicología del Deporte, Palma, v. 9, n. 1, p. 71-83, 2000

UNZELTE, C. O livro de ouro do futebol. São Paulo: Ediouro, 2002.

VALLERAND, R. J. et al. Passion in Sport: A Look at determinants and affective experiences. Journal of Sport & Exercise Psychology, Tallahassee, v. 28, no. 4, p. 454-478, 2006.

VALLERAND, R. J. On the Psychology of passion: In search of what makes people's lives most worth living. Canadian Psychology Association, Ottawa, v. 49, no. 1, p. 1-13, 2008.

WEINBERG. R. S.; RICHARDSON, P. A. Psychology of officiating. Champaign: Leisure Press, 1990.

YALLOP, D. A. Como eles roubaram o jogo: segredos dos subterrâneos da FIFA. Rio de Janeiro: Record, 2002.


  • ALONSO-ARBIOL, I.; ARRATIBEL, N.; GOMEZ, E. La motivación del colectivo arbitral en fútbol: un estudio cualitativo. Revista Psicologia del Deporte, Palma, v. 17, n. 2, p. 187-203, 2008.
  • BALCHT, M. J.; SCOTT, D. Contrary to popular belief, refs are people too! Personality and perceptions of officials. Journal of Sport Behavior, Nova York, v. 30, no. 1, p. 3-16, 2007.
  • BARROS, J. M. A. Futebol: porque foi... porque não é mais. Rio de Janeiro: Sprint, 1990.
  • BRANDÃO, M. R. F. et al. El significado del arbitrar: percepción de jueces de fútbol profesional. Revista de Psicología del Deporte, Palma, v. 20, n. 2, p. 275-286, 2011.
  • explorada. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Taguatinga, v. 13, n. 2, p. 85-92, 2005.
  • FÉDÉRATION INTERNATIONALE DE FOOTBALL ASSOCIATION.  About  FIFA Disponível em: <http://pt.fifa.com/aboutfifa/federation/associations.html>. Acesso em: 28 ago. 2010.
  • FÉDÉRATION INTERNATIONALE DE FOOTBALL ASSOCIATION. Regras dos Jogo Zurich: FIFA, 2011.
  • FOER, F. Como o futebol explica o mundo: um olhar inesperado sobre globalização. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
  • FOLKESSON, P. et al. Soccer referees experience of threat and aggression: Effects of age, experience, and life orientation on outcome of copying strategy. Aggressive Behavior, Nova York, v. 28, no. 4, p. 317-327, 2002.
  • FRANCO JÚNIOR, H. A dança dos deuses: futebol, cultura e sociedade. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
  • GONZALES OYA, J. L. Psicología aplicada al árbitro de fútbol: características psicológicas y su entrenamiento. Sevilha: Wanceulen, 2006.
  • GONZALES OYA, J. L.; DOSIL, J. Características psicológicas de los árbitros de fútbol de la Comunidad Autónomo Gallega. Cuadernos de Psicología del Deporte, Murcia, v. 4, n. 1, p. 53-66, 2004.
  • GONZALES OYA, J. L.; DOSIL, J. La psicología del árbitro de fútbol A Coruña: Toxosoutos, 2007.
  • GUILLÉN, F.; JIMÉNEZ, H. Características deseables en el arbitraje y el juicio deportivo. Revista Psicología del Deporte, Palma, v. 10, n.1, p. 23-34, 2001.
  • KRUSTRUP, P. et al. Activity profile and physical demands of football and assistant referees in International games, Journal of Sports Sciences, London, v. 27, no. 11, p. 1167-1176, 2009.
  • KRUSTRUP, P.; BANGSBO, J. Activity profile and physiological demands of top-class soccer assistant refereeing in relation to training status. Journal of Sports Sciences, London, no. 20, p. 861-871, 2002.
  • KRUSTRUP, P.; BANGSBO, J. Physiological demands of top-class soccer refereeing in relation to physical capacity: effect of intense intermittent exercise training, Journal of Sports Sciences, London, v. 19, p. 881-891, 2001.
  • LEE, M. J. et al. Relationships among values, achievement orientations, and attitudes in youth sport. Journal of Sport and Exercise Psychology, Champaign, v. 30, p. 588-610, 2008.
  • LUZ, C.; ROSADO, A. Stress, esgotamento e intenção de abandono entre os árbitros de futebol portugueses. Ludens, Lisboa, v. 17, n. 2, p. 41-46, 2003.
  • MARRERO, G.; GUTIERREZ, C.  Las motivaciones de los árbitros de fútbol. Revista Psicología del Deporte, Palma, v. 11, n. 1, p. 69-82, 2002.
  • MILES, M.; HUBERMAN, A. Qualitative data analysis Thousand Oaks, California: Sage, 2004.
  • Organização das Nações Unidas – ONU. Conheça a Onu Disponível em: <http://www.onu.org.br/conheca-a-onu/conheca-a-onu/> Acesso em: 17 jul. 2010.
  • PHILIPPE, F. L. et al. Passion in referees: Examining their affective and cognitive experiences in sport situations. Journal of Sport & Exercise Psychology, Tallahassee, v. 31, p. 77-96,  2009.
  • REILLY, T.; GREGSON, W. Special populations: The referee and assistant referee. Journal of Sports Sciences, Londres, v. 24, no. 7, p. 795-801, 2006.
  • SAMULSKI, D. M.; NOCE, F.; COSTA, E. G. Análise do estresse psicológico do árbitro: um estudo comparativo entre futebol e voleibol. Revista da APEF, Londrina, v. 14, n.1, p. 13-28, 1999.
  • SILVA, A. I.; BUENO SOBRINHO. A. Arbitro de futebol x marketing: uma opção a ser
  • TEIPEL, D.; KEMPER, R.; HEINERMANN, D.  Evaluation of game-related stress conditions in male and female soccer. In: PROCEEDINGS OF THE X EUROPEAN CONGRESS OF SPORT PSYCHOLOGY, 1999, Praga.  Annals.. Praga: [s.n.], 1999. p. 217-219.
  • TORREGROSA M.; LEE, M. El estudio de los valores en psicología del deporte, Revista Psicología del Deporte, Palma, v. 9, n. 1, p. 71-83, 2000
  • UNZELTE, C. O livro de ouro do futebol São Paulo: Ediouro, 2002.
  • VALLERAND, R. J. et al. Passion in Sport: A Look at determinants and affective experiences. Journal of Sport & Exercise Psychology, Tallahassee, v. 28, no. 4, p. 454-478, 2006.
  • VALLERAND, R. J. On the Psychology of passion: In search of what makes people's lives most worth living. Canadian Psychology Association, Ottawa, v. 49, no. 1, p. 1-13, 2008.
  • WEINBERG. R. S.; RICHARDSON, P. A. Psychology of officiating Champaign: Leisure Press, 1990.
  • YALLOP, D. A. Como eles roubaram o jogo: segredos dos subterrâneos da FIFA. Rio de Janeiro: Record, 2002.

  • Rodrigo D'Alonso Ferreira  

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ARBITRAGEM DE FUTEBOL COMO PAPEL SOCIAL

O VAR e a posição de impedimento

A morte faz parte, significativamente, da vida bem como o sofrimento humano.