A QUALIDADE DOS INSTRUTORES E COMISSÕES DE ARBITRAGEM

 

Os principais erros na orientação de instrutores de arbitragem de futebol geralmente estão relacionados à falta de padronização, inexperiência dos instrutores e comunicação ineficaz das diretrizes. 

Dentre os erros comuns, destacam-se:

• Falta de Padronização e Critério: A ausência de um critério uniforme na interpretação das regras, especialmente em lances subjetivos como "mão na bola" ou intensidade de faltas, é um problema crônico. Os árbitros (executores) seguem as orientações, mas se o departamento de arbitragem (instrutores) não tem uma linha clara, a inconsistência em campo é inevitável.
• Inexperiência ou Ineficácia da "Reciclagem": Em alguns casos, as comissões de arbitragem, incluindo os instrutores, podem carecer de experiência prática ou de métodos de treinamento eficazes. Afastar árbitros que erraram e colocá-los em funções de retaguarda (como assistentes de VAR) sem um programa de reciclagem robusto não soluciona o problema de base.
• Aplicação Inadequada do Protocolo VAR: O uso do Árbitro Assistente de Vídeo (VAR), que deveria corrigir erros claros e óbvios, por vezes gera mais polêmica devido à intervenção excessiva ou à falta de intervenção em lances capitais. Isso sugere problemas na instrução sobre quando e como o recurso deve ser utilizado.
• Foco Excessivo no Erro Pontual: A análise pós-jogo muitas vezes se concentra na "execração pública" do árbitro por um erro de fato (erro de julgamento humano), em vez de uma análise técnica e pedagógica que previna reincidências sistêmicas.
• Falta de Preparo Psicológico: A pressão é imensa sobre os árbitros. Uma orientação que não inclua um preparo psicológico adequado para lidar com essa pressão e o escrutínio público contribui para atuações instáveis.
• Confusão entre Erro de Fato e Erro de Direito: A instrução deve deixar claro a diferença entre um erro de fato (um equívoco de percepção, que faz parte do jogo) e um erro de direito (aplicação incorreta da regra), pois apenas o último pode, em tese, levar a consequências administrativas mais graves, como a anulação de um jogo. 

Em resumo, a qualidade da arbitragem depende diretamente da clareza, consistência e eficácia das orientações fornecidas pelos seus instrutores e comissões.