segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

O CARÁTER DESEJADO..

 


...NO UNIVERSO DA ARBITRAGEM!

Muitas vezes vemos colegas e imprensa se manifestarem intra e extra-campo sobre que o árbitro “X “ não tem um bom caráter, o árbitro “Y” é mau caráter e o árbitro “Z” é de caráter duvidoso, dúbio.

Tais ponderações nos levaram a estudar esse assunto, dentro de nossas experiências dentro de uma visão Médica, Psicológica, Sociológica e de relações humanas, à luz da arbitragem desportiva.

Muito difícil formar opinião a uma simples visão.

O universo do relacionamento humano é vastíssimo, complicado, com nuances diversificadas dentro das normas sociológicas da boa ou má “ vizinhança”.

Assim, definiríamos genericamente o Caráter como: ”Conjunto de traços morais, psicológicos etc., que distinguem um indivíduo, grupo ou povo; índole; temperamento; qualidade; firmeza de atitudes.”

Mau caráter: “Quem demonstra maldade ou qualidades negativas de caráter; pessoa sem escrúpulo; que engana as pessoas sem o menor constrangimento; desvio de caráter (para o mal); diz-se daquele ou daquela que age sem decência, sem pudor, sem sensibilidade humana.”

Nesse sentido podemos compreender o caráter como algo que se forma para manter uma estrutura necessária ao desenvolvimento do indivíduo.

Porém, quanto mais rígida e inflexível for a estrutura do caráter, mais esse caráter se transformará em uma resistência que tenta manter o material inconsciente fora de alcance, fazendo com que o indivíduo passe a reagir de modo automático como um mecanismo de defesa.

Ou seja, o caráter não é uma escolha deliberada, ele se forma devido a necessidade do indivíduo se proteger do meio externo.
O caráter é uma reação àquilo que foi experimentado na infância.
Cada caráter é único porque cada experiência é única.
Caráter é a maneira a qual a pessoa se apresenta e se comporta em suas relações.

É a atitude psíquica particular em direção ao mundo externo, específica a um dado indivíduo.
É determinado pela disposição e pela experiência de vida, assim, podemos considerar tipos de caráteres onde se apresentam comportamentos mais ou menos ajustados à realidade e ao contexto social.

Na arbitragem desportiva deveríamos ser todos, pessoas de BOM CARÁTER.

Mas, infelizmente, temos muitos membros, que não poderiam ser definidos dentro dessa premissa.
As virtudes, que são evidências do caráter, hoje, ao invés de serem regras, têm sido raríssimas exceções!
Parece que é mais fácil nivelar todos por baixo, pelo o que se deixa de ser ou fazer, e abandonar de vez qualquer sentimento de “excelência”, “hombridade” e “obrigação”.

Estamos sendo varridos violentamente por uma ideia de niilismo moral, onde tudo se reduz a um nada comportamental!
A sensação que se tem é que não tem valido mais a pena prezar pelo nobre e pelo ético.

Este contexto de relativização e banalização de valores tem contribuído para uma fragmentação conceitual e, consequentemente, prática do que significa caráter.

Assim, temos que ter em mente que a formação do caráter leva em consideração não apenas o meio em que o ser humano vive, mas também a sua história.

Falar de caráter é lidar com a história do indivíduo: o que ele foi no passado, o que ele é no presente e o que ele será no futuro.

Certamente, o seu caráter no presente-agora é determinado pelas experiências acumuladas no passado-anterior e por suas expectativas projetadas para o futuro-posterior.

É simplesmente impossível dissociar nossa história de nossa estrutura; divorciar nossa identidade de nossos sonhos!

Dentro de nossa vida privativa, coletiva, familiar e também dentro de nossa 
categoria pseudo 
profissional.
Noutras palavras, tudo o que priorizamos como essencial, ou não damos tanta importância; as escolhas que fazemos, as decisões que tomamos e os rumos que seguimos estão intimamente ligados e giram em torno do caráter que temos e construímos.

Acreditamos que devemos nos preocupar mais com o que somos de verdade e não vivermos tanto em função do que aparentamos ser.

Devemos retomar o caminho do caráter.
O caminho do coração.

Vai parecer meio retrógrado e anacrônico ser honesto, onde se cultua a hipocrisia; ser diligente, onde se louva a indolência; ser humilde, onde se prega a arrogância.

CONCLUINDO...
“Precisamos voltar ao tempo em que nossas palavras eram a assinatura de nosso coração e as marcas de nossas mãos calejadas eram a prova de um “caráter aprovado".

Quando semeamos um pensamento, colhemos um ato;
Quando semeamos um ato, colhemos um hábito;
Quando semeamos um hábito, colhemos caráter;
Quando semeamos caráter, colhemos um destino.


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