quarta-feira, 17 de abril de 2024

O problema da falta de critérios no futebol

Dia após dia vemos jogadores, comissão técnica e torcedores tentando entender o porquê de um lance igual ser julgado, punido ou analisado de forma diferente. 

Seja em um lance do VAR, seja por um julgamento da Justiça Esportiva ou ainda de uma punição pela forma de comemoração de um gol. Tudo isso só leva a uma coisa: reclamação.

Quem nunca reclamou de uma intervenção do VAR em uma partida? 

Quando ouvimos os especialistas de arbitragem falar e dizer que se tratava de um lance interpretativo, mas que em outros casos não foi marcado, só pode se esperar a desconfiança. 

Por que para uns é assim e para outros não? Por que se eu reclamar serei punido e se outros reclamarem não serão?

Vimos também situações em que jogadores foram punidos pela entidade que administra o esporte por estarem, em seus momentos de comemoração dos gols, apoiando um país específico, uma ideologia, um lado na política. 

Ok, política não deve estar presente no futebol, não deveriam ter se manifestado quanto a isso. 

Será? Por que em muitas outras situações em que houve manifestações não teve ninguém punido?

Não é só para o futebol, mas para tudo na vida: a falta de critérios gera insegurança em qualquer situação.

No direito, todos os dias somos questionados por nossos clientes sobre chances de resultados nos processos. 

Mas nunca podemos cravar uma resposta, pois no Brasil a insegurança jurídica é grande.

Quando estudamos políticas internas e falamos de sua efetividade, o sucesso só será alcançado se seguido e aplicado por todos da organização, do chefe ao peão, do favorito ao preterido. 

A clareza das normas e a aplicação delas com uniformidade possibilita uma melhor assimilação das regras, melhor aceitação de eventual punição e certeza de reeducação para não mais sofrer com as devidas consequências.

Mas será que o futebol deve ser quadrado, sem que haja critérios subjetivos? 

Não sabemos dizer. 

O que se sabe é que se não houver maior clareza nas decisões das entidades administradoras elas mesmo sofrerão com as pressões que vêm sofrendo de todos, seja dentro ou fora de campo.


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