Hoje a saudade me abraçou..

 



É que eu sou de uma época.
...Que contava estrelas no céu.
Onde o cheirinho de terra molhada era a alegria estampada no olhar.
...Que correr atrás de vagalume.


Fechar o guarda chuva de propósito.
Apertar às campainhas.
Subir no pé de fruta.
Sentar na beira do fogão a lenha.
Era a maior riqueza do mundo.
Que andar descalço não dava nenhum resfriado.
No máximo bichinho de pé, oh coceira boa.
Não tinha essa de marcar horário de ir para rua.
A gente ia e todos estavam lá.

Ah, se a gente soubesse que aquele dia seria a última brincadeira de infância.
A gente teria pelo menos dado um adeus.
Três beijinhos no rosto e um abraço de urso tipo quebra ossos.
Ah, se a gente soubesse...
Bater o dedinho no móvel dói.
Ralar os joelhos no chão dói.
Cair da bicicleta dói.
Mas, quanto dói uma saudade?

Andrea Domingues


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